O fim trágico dos Romanov Em 17 de julho de 1918, um dos eventos mais chocantes da história russa aconteceu: a execução da família imperial Romanov pelos revolucionários bolcheviques. Os Romanov eram a dinastia que governou a Rússia desde 1613 até 1917. Eles transformaram a Rússia em um império poderoso e influente, que se estendia da Europa à Ásia. Entre os governantes mais famosos da família estavam Pedro, o Grande, que modernizou a Rússia e a tornou uma potência naval; Catarina, a Grande, que expandiu o território russo e promoveu a cultura e as artes; e Alexandre I, que derrotou Napoleão na invasão de 1812. O último czar dos Romanov foi Nicolau II, que subiu ao trono em 1894. Ele era casado com Alexandra, uma princesa alemã e neta da rainha Vitória da Inglaterra. Nicolau II era um governante fraco e indeciso, que não soube lidar com os problemas sociais e econômicos da Rússia. Em 1917, a Rússia estava em crise. A guerra, a fome, a pobreza e a corrupção provocaram uma revolta popular contra o regime czarista. Em fevereiro de 1917, uma série de protestos e greves eclodiu em Petrogrado (hoje São Petersburgo), a capital da Rússia. As tropas leais ao czar foram incapazes de conter a rebelião, e muitos soldados se juntaram aos manifestantes. Nicolau II foi forçado a abdicar do trono em 15 de março de 1917, encerrando 304 anos de domínio dos Romanov. Uma nova forma de governo foi estabelecida: o Governo Provisório, formado por políticos liberais e moderados. Eles prometeram realizar reformas democráticas e continuar a guerra contra a Alemanha. No entanto, não conseguiram satisfazer as demandas dos trabalhadores, dos camponeses e dos soldados, que queriam paz, terra e pão. Uma outra força política surgiu: os bolcheviques, liderados por Vladimir Lênin, um revolucionário comunista que defendia o fim da guerra, a tomada do poder pelos sovietes e a construção de uma sociedade socialista. Em outubro de 1917, os bolcheviques realizaram um golpe de estado e derrubaram o Governo Provisório. Eles declararam a criação da República Socialista Federativa Soviética da Rússia. Também assinaram um tratado de paz com a Alemanha, cedendo grandes territórios em troca do fim da guerra. A família Romanov, que estava em prisão domiciliar desde a abdicação de Nicolau II, foi transferida para diferentes locais sob a vigilância dos bolcheviques. Em abril de 1918, foram levados para Ecaterimburgo, uma cidade nos Montes Urais. Lá, viveram em condições precárias, isolados do mundo exterior e cercados por guardas armados. Em julho de 1918, a situação dos Romanov se agravou. A guerra civil entre os bolcheviques e os seus opositores. As forças adversárias, apoiadas por potências estrangeiras, avançavam em direção a Ecaterimburgo, com a intenção de libertar os Romanov. Os bolcheviques, temendo que os Romanov fossem resgatados ou usados como símbolos da resistência, decidiram eliminá-los. Na noite de 16 para 17 de julho de 1918, o comandante dos guardas, Yakov Yurovsky, entrou no quarto do médico da família, Yevgeny Botkin, e ordenou que ele acordasse os Romanov e os seus três criados, alegando que seriam evacuados da cidade. Eles foram conduzidos para o porão da casa, onde foram alinhados em frente a uma parede. Yurovsky leu uma sentença de morte, ditada pelo Comitê Executivo Regional dos Urais, que dizia: “Em vista do fato de que seus parentes continuam a atacar a Rússia Soviética, o Comitê Executivo dos Urais decidiu executar você.” Sem tempo para reagir, os Romanov e os seus criados foram fuzilados por um pelotão de 12 homens. Os tiros foram tão intensos que o porão ficou coberto de fumaça, sangue e poeira. Os corpos foram então carregados em um caminhão e levados para uma floresta, onde foram enterrados em uma vala comum. Gostou desse conteúdo? Deixe seu like e siga nossa página
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